quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Aborto X Religião




Decorrente dos dogmas e tabus, ou seguindo as influências históricas e políticas de onde se originaram, as religiões têm formas diversas e próprias de encarar o aborto. Há as que dão maior importância à saúde da mulher, e, portanto, o consideram como prática aceitável; assim como existem, por outro lado, religiões em que o direito do homem vem em primeiro lugar, logo, sendo o feto sua criação/propriedade, possui este, os mesmos direitos do homem, por isso, acabam condenando o aborto, uma vez que a vida é o seu principal direito.
Relacionamos a seguir as diversas maneiras de visão e atitudes das religiões para com o aborto.

Catolicismo
Para a Igreja Católica dos primeiros séculos, só era considerado “pecado” o aborto cometido nos dois primeiros meses da gravidez. Depois ocorreram longos debates entre o Papa, Bispos e teólogos (as mulheres, principais interessadas, nunca foram ouvidas) em que definiram a proibição do aborto em qualquer que seja fase, uma vez que acreditam na concepção da alma do novo ser no momento da fecundação, no momento exato do encontro do espermatozóide com o óvulo.
A punição dada pela Igreja Católica a quem aborta é a negação de todos os sacramentos e da comunicação com a Igreja, ou seja, a excomunhão.

Protestantismo
Assim como no Catolicismo, as Igrejas protestantes (Batista, Luterana, Presbiteriana, Unitária e Metodista) acreditam que a alma infundi-se ao corpo no momento da fecundação, ou seja, é no momento da fecundação que o feto adquire o direito à vida. Contudo, encaram a questão de maneira menos homogênea, apresentando enfoques mais flexíveis e exigindo maior respeito para com a vida materna, tendo o médico dever primordial para com a mãe, uma vez que foi esta quem o requisitou.
Foram os países protestantes os primeiros a adotarem legislações mais liberais quanto à questão do aborto.

Espiritismo
“Para o espiritismo, a união entre corpo e alma começa na concepção, mas só é completa por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, o Espírito é designado para habitar certo corpo a este se liga por um laço fluídico, que cada vez vai apertando até o instante em que a criança vê a luz (...)."
O espiritismo é contra o aborto, uma vez que acreditam que viemos ao mundo para evoluirmos através das provações diárias, sendo assim, a mãe não deve tirar este direito do espírito que estar para reencarnar. Contudo, havendo riscos para a mãe, é preferível que esta se mantenha viva; somente neste caso o espiritismo não recrimina o aborto.

Budismo, Hinduísmo e Hare Krishma
Para estas religiões, o aborto que ocorre naturalmente é considerado um fato normal e natural, assim como o nascimento. Porém, o provocado é considerado um crime, pois contraria o primeiro mandamento que é "NÃO MATAR". O aborto provocado não é um fato natural da vida, mas sim um crime, tanto de quem o pratica profissionalmente (médico ou enfermeira) como de que o consente; é considerado um crime ocasionado pela ignorância e o egoísmo do ser humano. Contudo, acredita-se um mal menor em casos de estupro, má formação do feto e perigo de vida para a gestante.

Islamismo
Os líderes islâmicos, em geral, se mostraram desfavoráveis ao aborto. Contudo, recentemente, alguns emitiram opiniões menos conservadoras. Foi afirmado em 1964: "Antigos juristas há 1500 anos afirmaram que é possível tomar medicamentos abortivos durante a fase da gravidez anterior à conformação do embrião em forma humana. Esse período gira em torno dos 120 primeiros dias, durante os quais o embrião não é um ser humano”.
Estas reflexões estão contidas num verso do Corão (livro sagrado muçulmano).

Judaísmo
Para o Judaísmo, o feto somente torna-se ser humano quando nasce, e a vida materna é tida como mais sagrada, sendo mais importante o seu equilíbrio físico e psicológico. Por outro lado, se a criança já nasceu parcialmente, ou seja, se a testa já saiu, possui este os mesmo direitos à vida que a mãe.
No caso do feto não causar perigo de vida materna, a grande maioria das opiniões sustenta que o aborto não pode ser feito em hipótese alguma, apesar dos pais não estarem interessados na criança ou mesmo que esta seja resultado de incesto ou estupro.

Umbanda e Candomblé
A Umbanda e o Candomblé só aceitam o aborto como recurso último para preservar a vida da gestante e em alguns casos excepcionais, já estabelecidos pelos legisladores. Por outro lado, existem adeptos que são contra, uma vez que tudo é uma questão de opinião.

By : Alexandre Farache

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Um aborto ou interrupção da gravidez





 É a remoção ou expulsão prematura de um embrião ou feto do útero, resultando na sua morte ou sendo por esta causada. Isto pode ocorrer de forma espontânea ou induzida, provocando-se o fim da gestação, e consequente fim da atividade biológica do embrião ou feto, mediante uso de medicamentos ou realização de cirurgias.

O aborto induzido, quando realizado por profissionais capacitados e em boas condições de higiene é um dos procedimentos mais seguros da medicina atual. Entretanto, o aborto inseguro, feito por pessoas não-qualificadas ou fora de um ambiente hospitalar, resulta em aproximadamente 70 mil mortes maternas e cinco milhões de lesões maternas por ano no mundo. Estima-se que sejam realizados no mundo 44 milhões de abortos anualmente, sendo pouco menos da metade destes procedimentos realizados de forma insegura. A incidência do aborto se estabilizou nos últimos anos,após ter tido uma queda nas últimas décadas devido ao maior acesso a planejamento familiar e a métodos contraceptivos. Quarenta por cento das mulheres do mundo têm acesso a aborto induzido em seus países (dentro dos limites gestacionais).


Síndrome pós-abortivo

A síndrome pós-abortivo seria uma série de reações psicológicas apresentadas ao longo da vida por mulheres após terem cometido um aborto.
Há vários relatos de problemas mentais relacionados direta ou indiretamente ao aborto; uma descrição clássica pode ser encontrada na obra "A psicopatologia da vida cotidiana", de Sigmund Freud No livro "Além do princípio de prazer", Freud salienta: "Fica-se também estupefato com os resultados inesperados que se podem seguir a um aborto artificial, à morte de um filho não nascido, decidido sem remorso e sem hesitação."
Há médicos portugueses, porém, que questionam a existência do síndroma; não existe nenhum estudo português publicamente divulgado sobre o assunto. Entretanto nos Estados Unidos,Reino Unido e mesmo no Brasil, essa possibilidade já é bastante discutida, com resultados contrastantes.
O síndroma pós-abortivo (PAS), conhecido também como síndroma pós-traumático pós-abortivo ou por síndroma do trauma abortivo, é um termo que designa um conjunto de características psicopatológicas que alguns médicos dizem ocorrer nas mulheres após um aborto provocado.Alguns estudos, no entanto, concluem que alguns destes sintomas são consequência da proibição legal e/ou moral do aborto e não do ato em si. 
Entretanto, tal síndrome teria sido catalogada em inúmeras pesquisas, entre elas a do dr. Vincent Rue que no estudo da Desordem Ansiosa Pós-Traumática (DAPT), presente em ex-combatentes do Vietnã, que teria sua correspondente na síndrome pós-aborto (SPA).
Algumas estatísticas de organizações pró-vida argumentam que há um aumento de 9% para 59% nos índices de distúrbios psicológicos em mulheres que se submetem ao aborto.
Outro estudo, do Royal College of Psychiatrists, a associação dos psiquiatras britânicos e irlandeses, considerou que o aborto induzido pode trazer distúrbios clínicos severos para a mulher, e que essa informação deve ser passada para a mesma, antes da opção pelo aborto.
By : Manuel Pedro

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Igreja católica e o aborto

O Catolicismo desde o século IV condena o aborto em qualquer estágio e em qualquer circunstancia, permanecendo até hoje como opinião e posição oficial da igreja católica.
A igreja católica considera que a alma é infundida no novo ser no momento da fecundação; assim, proíbe o aborto em qualquer fase, já que a alma passa a pertencer ao novo ser no preciso momento do encontro do óvulo com o espermatozoide. A punição que a igreja católica dá a quem faz aborto, é a excomunhão.
Em 1917 a Igreja declarou que uma mulher e todos os que com ela se associasse deveriam receber a excomunhão pelo pecado do aborto. Isso significava que lhe seriam negados todos os sacramentos e sua comunicação com a igreja: uma punição eterna no inferno. Com a encíclica Matrimonio cristão de Pio XI em 1930, ficou determinado que o direito à vida de um freto é igual ao da mulher, e toda medida anticoncepcional foi considerada um "crime contra a natureza" exceto os métodos que estabelecem a abstinência Sexual para os dias férteis.
Em 1976 o Papa Paulo VI disse que o feto tem "pleno direito à vida" a partir do momento da concepção; que a mulher não tem nenhum direito de abortar, mesmo para salvar sua própria vida. Essa posição se baseia em quatro princípios:
1) Deus é o autor da vida.
2) A vida se inicia no momento da concepção.
3) Ninguém tem o direito de tirar a vida humana inocente.
4) O aborto, em qualquer estagio de desenvolvimento fetal, significa tirar uma vida humana inocente. Igrejas Protestantes - batista, luterana, presbiteriana, unitária e metodista.
Na doutrina religiosa dos protestantes, Há um leque maior de atitudes em relação ao aborto. Encaram a questão de forma menos homogênea, apresentando enfoques mais flexíveis do que entre as autoridades da Igreja católica romana.
Há uma carta do arcebispo de Canterbury para o jornal The Times, de Londres, na qual ,pergunta: "Para a Igreja e para o Estado, a unidade do respeito moral é a pessoa humana. Quando o embrião humano se torna uma pessoa?".
O abade Downside mantém que "não há momento determinante afora o momento da concepção, no qual se possa razoável biológica e fisiologicamente determinar que se inicia a vida humana. Apesar disso, pra mim me parece difícil admitir que comece nesse ponto".
A grane diferença entre católicos e a maioria das igrejas protestantes, está no respeito à vida da mãe. Assim, todos concordam em que é no momento da concepção que está adquire todos os direitos pessoais e direitos atinentes à maternidade, pois é encarregado de gestar, cuidar e alimentar o embrião desde o momento de sua concepção até o momento de seu nascimento. Ao mesmo tempo é preciso ver que o médico tem o dever primordial para com a mãe, pois foi ela a pessoa que o requisitou. Assim, se uma escolha tiver de ser feita entre a vida da mãe e a do embrião ou do feto, recairá sempre sobre ela a escolha prioritária, cabendo, portanto ao médico decidir, em ultima analise quando ele poderá desligar a mãe de sua responsabilidade em relação ao feto. Foram os paises protestantes os primeiros neste século a adotar legislações mais liberais em relação ao aborto. Aborto no islamismo. Aborto e religioes eslamicas.Religiões islâmicas
Os líderes islâmicos em geral se mostraram desfavoráveis ao aborto, mas recentemente alguns emitiram opiniões menos conservadoras. Assim, o grão mufti da Jordânia escreveu em 1964: "Antigos juristas, há 1500 anos, afirmaram que é possível tomar medicamentos abortivos durante a fase da gravidez anterior à conformação do embrião em forma humana. Esse período gira em torno dos 120 primeiros dias, durante os quais o embrião ou feto ainda não é um ser humano".
Estas reflexões, prossegue ele, estão contidas num verso do Corão (livro sagrado muçulmano): "Nós o colocamos
Como uma gota de semente
Em local seguro
Preso com firmeza:
Depois fundimos
A gota em coalhos
Moldamos
Um (feto) bolo; então
Nesse bolo talhamos
Ossos, e vestimos os ossos
Com carne;
Então o produzimos
Como outra criatura
Assim, bendito é Deus
O melhor Criador".
Isto é, só depois de ser "vestido" com carne e osso, se torna ser humano. Só a partir desse momento é que o aborto seria punido como assassinato, segundo os juristas muçulmanos dessa época, e que agora, dados os intensos debates que ressurgem sobre o tema, são redescobertos. Religião Judaica.
Na Michna - código oral resultante das interpretações dos rabinos sobre o Torah (livro sagrado) no século II -, considerava-se a vida da mãe como mais sagrada que a do feto.
No século XII Maimonide, médico e teólogo muito famoso, introduziu a noção de criança agressora para autorizar o aborto terapêutico.
Recentemente, em 1969, o rabino David Feldman, ao prestar depoimento num processo instaurado em Nova Iorque, em que se erguia a inconstitucionalidade das leis desse Estado contra o aborto, afirmou que, do ponto de vista judaico, se o aborto não é desejável, também não é considerado um assassinato, e que em todos os casos é a saúde da mulher que prevalece, tanto no que se refere ao equilíbrio físico como psíquico. Para os judeus, o feto só se transforma num ser humano quando nasce, e isso se deve a concepções teológicas diferentes em relação à alma e "pecado original".
Segundo Feldman, a alma não é extensível nem redutível, não cresce durante nove meses, assim como não diminui, porque é de natureza espiritual. Se a alma é pura e espiritual, o problema do momento de sua encarnação deixa de ter uma importância fundamental, pois ela voltaria a Deus em qualquer circunstância. O verdadeiro problema é o de saber se o feticídio é um homicídio.
A resposta de Feldman a essa questão foi: "Ele interrompe indubitavelmente uma vida possível, mas o que os rabinos acentuam é que uma mulher que decide, após a concepção, interromper a gravidez, não estaria muito distante daquela que deixa de ter relações com seu marido para não conceber. Se no segundo caso não há homicídio, também não há no primeiro".
Religião Espírita
Religião extremamente difundida no Brasil, em particular o kardecismo, é encontrada também sob outras denominações. Todas concordam, de maneira geral, no que tange ao aborto, em considerá-lo um crime; mas por razões diversas daquelas apontadas pela igreja católica. Vêem nesse ato uma recusa aos desígnios de Deus. Ao mesmo tempo, consideram a vida do ser já existente como prioritária em relação ao ser que ainda não existe e, havendo risco para a mãe, a interrupção da gravidez pode ser praticada.
O Espírito, segundo sua doutrina, sempre existiu, desligando-se pela morte e reencarnando em outro corpo. Para eles portanto não há, no caso de um aborto, a "morte" de um ser. O que existe é a frustração de um Espírito que tem seu corpo abortado. Se as razões para esta interrupção da gravidez forem injustificáveis, os causadores terão naquele espírito um inimigo perigoso, causa de males futuros.
Certos órgãos da imprensa espírita ocupam-se dos debates atuais sobre a explosão demográfica, e recorrem ao Livro dos Espíritos de Alan Kardec para encontrar sobre as leis da reprodução. Assim, podemos ler que, se a população seguir sempre uma progressão constante que vemos, não chegará um momento em que se tornará excessiva na terra porque Deus a isso prov6e, mantendo sempre o equilíbrio. Ele nada faz de inútil, e o homem só vê em ângulo do quadro da natureza, não podendo julgar da harmonia do conjunto. Tudo que entrava a marcha da natureza é contrário à lei geral, afirmam.
Podemos concluir que não há unanimidade e respeito do emprego de métodos contraceptivos nem da prática do aborto entre os seguidores das diversas interpretações do espiritismo. O grau de punição pelo ato praticado varia conforme o contexto individual. Aborto no candomblé.Candomblé
Liturgia de tradição oral, não constam escritos doutrinários. De maneira ampla, afirmam que não há restrições à vida sócio-afetiva (incluindo aí o relacionamento sexual) dos adeptos, sendo o aborto permitido por sacerdotisas e sacerdotes conhecidos do Rio de Janeiro. Abrem, no entanto uma exceção a essa liberdade, quando se constata que a concepção daquele feto ocorreu durante um período de recolhimento religioso, pois neste caso poderia ter-se dado por injunções alheias à vontade daquela mulher que devem ser por ela acatadas. Mantêm a tradição e o emprego de diversos métodos anticoncepcionais trazidos da África em séculos passados. Aborto e o budismo - hinduismo e o aborto.Budismo, Hinduísmo e o Hare Krishma
Para essas religiões, o cerne da questão está na forma como encaram o sêmen, considerado o veículo transmissor da vida. Isto significa que é no momento da concepção óvulo-espermatozoide, que se dá o início da vida.
Concluí-se, pelas visões diferenciadas dos corpos masculino e feminino, que essas religiões defendem, que o homem é o portador da vida, e a mulher portadora de um corpo cuja única finalidade é proteger o feto. Ambas as religiões defendem uma visão machista, onde o homem é quem tem o direito de decidir pela continuidade ou não da gestação.
Entre gueixas o aborto é normal, já nas mulheres serias o aborto só é feito perante a autorização do marido. By : Lucas Renan

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Religião e o aborto Cristianismo




O aborto no direito canônico Desde os seus inícios, o Cristianismo afirmou a ilicitude moral de todo aborto provocado. A Didaché, texto do século I, atribuído aos Apóstolos, considerado o primeiro catecismoda religião cristã, ensinava: «Não matarás o fruto do ventre por aborto, e não farás perecer a criança já nascida» (Didaché 2,2). Barnabé, o companheiro de Paulo Apóstolo, na Epístola que lhe é atribuída (não incluída nos livros canônicos da Bíblia), também afirma a absoluta ilicitude moral do aborto, o que consta também da conhecida Epístola a Diogneto, um documento cristão do século II. Neste mesmo século, o apologista cristão Atenágoras frisava que os cristãos têm na conta de homicidas as mulheres que utilizam medicamentos para abortar, e condenava os assassinos de crianças, incluindo igualmente no número destas as que vivem ainda no seio materno, «onde elas já são objeto da solicitude da Providência divina». Essa condenação moral do aborto ganhou forma jurídica quando os concílios do século III decretaram que a mulher que praticasse o aborto ficaria excomungada até o fim da vida. Depois disso, todos os concílios da Igreja católica mantiveram a pena de excomunhão. O I Concílio de Mogúncia, em 847, confirmava as penas estabelecidas por concílios precedentes contra o aborto; e determinava que fosse imposta a penitência mais rigorosa às mulheres «que matarem as suas crianças ou que provocarem a eliminação do fruto concebido no próprio ventre». O Decreto de Graciano refere estas palavras do Papa Estêvão V:É homicida aquele que fizer perecer, mediante o aborto, o que tinha sido concebido». Nos tempos da Renascença, o Papa Sisto V condenou o aborto com a maior severidade. Um século mais tarde, Inocêncio XI condenou as proposições de alguns canonistas laxistas que pretendiam desculpar o aborto provocado antes do momento em que certos autores fixavam dar-se a animação espiritual do novo ser. Atualmente, segundo o cânon 1398 do Código de Direito Canônico, "quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae". Segundo o canonistaPe. Jesus Hortal, a excomunhão "atinge por igual a todos os que, a ciência e consciência, intervêm no processo abortivo, quer com a cooperação material (médico, enfermeiras, parteiras etc.), quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz (como o marido, o amante ou o pai que ameaçam a mulher, obrigando-a a submeter-se ao procedimento abortivo. A mulher, não raramente, não incorrerá na excomunhão por encontrar-se dentro das circunstâncias atenuantes do cân. Tais circunstâncias podem ser: a posse apenas parcial do uso da razão, o forte ímpeto da paixão ou a coação por medo grave. Santos dos Últimos Dias A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias diz-se contrária à prática do aborto1 . No entanto, aceita o aborto em casos limitados, por exemplo, se a concepção foi causada por estupro ou incesto1 , quando a mãe está com a vida em perigo1 e quando for demonstrado que o feto padece de graves defeitos que não lhe permitem viver após o nascimento1 . Ainda assim, nestes casos, recomenda-se que a mãe deve pensar e explorar, juntamente com sua família e líderes da igreja, a orientação de Deus antes de tomar uma decisão. A Igreja oferece adoção, especialmente para casais que têm dificuldade em ter filhos, e assim o exigem1 . Outras religiões São diversas as posições2 das diversas religiões em relação à Interrupção Voluntária da Gravidez. O Judaísmo considera que o feto ou embrião não tem o estatuto de "pessoa" antes do nascimento. Este estatuto secundário é consequência da Torá onde é indicado que deve ser paga uma compensação monetária por quem provocar um aborto, uma situação não equiparável à retirada de uma vida humana. Diversas correntes actuais do Judaísmo aceitam apenas o aborto no caso de perigo de vida da mulher enquanto outras permitem-no em situações mais abrangentes por decisão da mulher com apoio de terceiros nesta escolha. O Islão permite o aborto nos casos em que está em causa a vida da mulher 3 . Dependendendo da correntes pode ser ou não aceitável a sua utilização em outras situações. A maior parte do islamismo considera o aborto permissivel apenas quando a vida da mulher está em risco ou em casos de estupro. como até aos 120 dias de gestação o feto ou embrião tem um estatuto de vida similar a animais ou plantas esse momento é considerado o limite para a prática do mesmo por correntes islâmicas minoritarias. Embora não haja consenso no Budismo quanto ao aborto, a maior parte de seus seguidores considera uma quebra do preceito de não tirar a vida. Fontes budistas tradicionais,como o codigo monástico budista, apontam que a destruição deliberada da vida é uma grave quebra de preceitos. O atual Dalai Lama considera o aborto errôneo, mas considera que podem haver exceçoes que o justifiquem. Mesmo quando o aborto é feito para salvar a vida da mulher,ele quase sempre é visto como causando sofrimento e carma negativo. Embora o Hinduísmo seja claro a classificar o aborto como um ato abominável, na prática a Índia permite parciamente o aborto desde 1971 sem que este fato tenha levantado celeuma entre as autoridades religiosas, no entanto a utilização do aborto como forma de selecção do sexo da criança levou o governo a tomar medidas em 1994 contra esta prática em particular. Muitas das culturas nativas norte-americanas têm uma visão extremamente centrada na mulher nas questões reprodutivas sendo o aborto uma opção válida para garantir uma maternidade responsável. No caso do Taoísmo e Confucionismo, sexo e prazer sexual devem ser celebrados mas com atenção à moderação. Esta moderação também se aplica à reprodução e o aborto tende a ser visto como uma solução de recurso aceitável. Entretanto as escolas taoístas que tiveram maior influencia do budismo construiram textos com preceitos visando a preservação e proteção da vida, adotando visoes contrárias ao aborto.


By : Milene da Silva